Meio Ambiente
Tartaruga é encontrada morta na orla do Laranjal
Animal marinho que utiliza a costa para se alimentar já estava em estágio avançado de decomposição
Na segunda-feira, uma tartaruga marinha foi encontrada morta na beira da Praia do Laranjal. Segundo uma especialista, o animal utiliza a costa da região para se alimentar e pode ter chegado à orla pelotense por engano. Uma pesquisadora destaca a presença de resíduos sólidos no local.
Quem presenciou a cena foi Inácio Bonow, 14, que passeava pela orla, no Balneário dos Prazeres, quando sua mãe avistou algo na areia. Ao se aproximarem, viram a tartaruga. Ele conta que no entorno do animal havia muito lixo e peixes mortos.
Segundo a coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) da Furg, Paula Canabarro, o caso chegou ao conhecimento da instituição e pelo estado em que o animal se encontrava já estava em decomposição avançada. Ela explica que a tartaruga é da espécie verde e se alimenta nos molhes da Barra, em Rio Grande, e na costa da região. Já sobre o motivo de ter chegado ao Laranjal, Paula diz que devido à conexão do mar com a lagoa, alguns animais acabam avançando para esta área.
Um problema de todos
O lixo visto por Inácio na orla da praia não é novidade para quem frequenta o local. A coordenadora do curso de Gestão Ambiental da UFPel, Fernanda Gonçalves, destaca que garrafas plásticas e de vidro, latas e plásticos em geral são os resíduos sólidos que aparecem com maior frequência na areia. “Eles compõem o ‘roll’ de elementos poluidores e nocivos que os usuários da orla não gostariam de ver, mas não fazem questão de juntar e caminhar uma curta distância para descartá-los em local apropriado”, comenta.
A pesquisadora ainda aponta outro problema: o descarte de dejetos. Ela explica que mesmo com a ampliação da rede de coleta e o devido tratamento, o número de moradias sem ligação do esgoto na rede é elevado, favorecendo o lançamento de efluentes diretamente na lagoa, sem tratamento prévio. “Os questionamentos sobre a poluição da Lagoa dos Patos iniciam-se com a chegada do verão, quando todos gostariam de se banhar nas águas com segurança sanitária e ambiental”, finaliza.
Coleta de lixo e análise da água
Segundo o Sanep, a equipe do Departamento de Tratamento já iniciou a coleta das amostras das águas do Laranjal e as análises estão em andamento para que se inicie a divulgação semanal de balneabilidade por parte da Fepam. Entre os fatores examinados estão o pH e a quantidade da bactéria Escherichia coli, que pode provocar infecção intestinal.
Sobre o lixo, a autarquia informa que não há registro de descarte irregular de resíduos na lagoa e que a coleta nos domicílios atende todo o Laranjal, tanto orgânico - que tem o recolhimento ampliado para quatro vezes por semana durante o veraneio - como reciclável. Há, ainda, um Ecoponto no bairro à disposição dos moradores e visitantes.
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